Quando se gosta de desenhar e é fã de quadrinhos, o sonho de desenhar para a Marvel e/ou DC é algo instigante e ao mesmo tempo parece surreal. Apesar de não ser uma tarefa fácil, esse sonho é sim possível e existem vários estrangeiros trabalhando para essas grandes editoras, inclusive brasileiros.
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Mike Deodato Jr. trabalhou com seu pai, o jornalista Deodato Borges, no fim dos anos 70 e anos 80. Nos anos 90 conseguiu sucesso nos EUA com desenhando a Mulher Maravilha, Vingadores, Thor, dentre outros.
Thony Silas é um jovem pernambucano talentoso que já desenhou títulos como Batman Beyond 2.0, Venom, Amazing Spider-Man: Ends of the Earth, por exemplo. Seu traço em algumas revistas lembra as animações da DC dos anos 90 e 2000.
Adriana Melo é uma ilustradora de alto nível técnico, tem um traço realista bem trabalhado e com esse talento conseguiu reconhecimento internacional. Já desenhou pra Marvel e pra DC em títulos como Lanterna Verde, O Espetacular Homem-Aranha, Aves de Rapina, Miss Marvel.
Com um traço bem peculiar, Rafael Albuquerque ganhou fama por ser desenhista e co-criador de Vampiro Americano, série do selo Vertigo da DC Comics. Besouro Azul, Homem-Animal, Batman, Superman/Batman são alguns dos trabalhos de Albuquerque.
Ivan Reis é paulista e começou sua carreira com Maurício de Souza. Começou sua caminhada no exterior na Dark Horse, passando pela Vertigo, Marvel e DC. Teve grande destaque com seu trabalho em Lanterna Verde, inclusive recebendo o prêmio de melhor desenhista da revista Wizard. Alguns de seus trabalhos foram Os Vingadores, Os Defensores, Homem de Ferro, Liga da Justiça, Aquaman dos novos 52.
Além desses existem outros talentosos desenhistas brasileiros que trabalharam/trabalham para as gigantes editoras DC e Marvel, como Luke Ross, Ed Benes, Will Conrad, Rafael Grampá, Fábio Moon e Gabriel Bá, dentre outros.
Por outro lado, para quem gosta de escrever e é fã de quadrinhos o sonho de criar historias do Batman ou do Capitão América é mais complicado. O mercado americano é bem mais fechado para roteiristas estrangeiros do que é para desenhistas, fora Britânicos e Canadenses, é raro um cara de outro país escrever historias para as grandes editoras, e brasileiros não são exceção.
A alguns anos atrás Joe Quesada, editor-chefe da Marvel, declarou em sua coluna no MySpace o seguinte: "Vemos, quase sempre, que não importa o quanto um escritor seja bom
nos quadrinhos em outro país, não existe correspondência aqui. Eles
podem chegar do ponto A ao B em uma história tranquilamente, mas há uma
certa cadência, e certos coloquialismos e estruturas de fala, que se
perdem. A estrutura da história pode ser diferente também..."
A situação atual para roteiristas brasileiros que sonham em escrever quadrinhos para as principais editoras americanas não é fácil, mas continuar fazendo boas historias e não desistir do sonho é necessário, pois as portas podem eventualmente se abrir. E para quem desenha manter o foco, investir em um traçado de personalidade e divulgar bem seu trabalho são ferramentas que podem fazer com que as portas se abram na Marvel e na DC Comics.
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