quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Nunca é tarde para se conhecer um clássico


Quando uma banda chega ao status de clássica é indissociável o pensamento que o grupo em questão é conhecido por todos. Ou, pelo menos, por todos que tem interesse naquele tipo de música.

Mas ainda sim, eventualmente ocorre de passar batido por alguma grande banda, por qualquer que seja a razão. Esse é o caso Boston e eu.



Eu conhecia a banda(isto é, sabia de sua existência) a algum tempo, mas nunca fomos apresentados de fato.

Foi justamente o fato de Michael Sweet, vocalista do Stryper(minha banda preferida de todos os tempos), ter integrado o Boston por um tempo, que me fez saber da existência do grupo alguns anos atrás.


Alguns meses atrás lendo a biografia de Sweet, no qual ele dedica um trecho para discorrer sobre sua relação de fã com a banda desde jovem e seu período como vocalista, senti a curiosidade de conhecer de verdade essa clássica banda.

Comecei do início. Boston, lançado em 1976, este álbum foi um verdadeiro arrasa quarteirão, vendendo cerca de 20 milhões de cópias, até hoje é um dos discos de estreia mais vendidos de todos os tempos.

Ao contrário do cenário musical atual(em que os discos mais vendidos são de qualidade altamente questionável) em tempos passados vender muito era efetivamente sinônimo de música de qualidade. E sim, o primeiro álbum do Boston é de fato um disco brilhante.

Desde a primeira faixa, a conhecidíssima More Than a Feeling, pude notar os grandes méritos do trabalho; Um vocal excepcional, ótimas músicas com belos refrães e principalmente, o bom gosto e  a produção impecável, capitaneada pelo grande músico Tom Scholz.

É necessário dedicar um paragrafo a parte para falar sobre Tom Scholz. O multi-instrumentista é o coração e a alma do Boston. Compôs sozinho quase todas as músicas do primeiro disco, com exceção da parceria com Brad Delp em Smoking, e Let Me Take You Home Tonight, composta unicamente por Delp.



Além disso tocou praticamente todos os instrumentos em todas as faixas(as exceções são o baixo em duas faixas e a bateria em todas as canções, além da colaboração em algumas faixas do guitarrista Barry Goudreau), além de produzir e trabalhar na parte técnica da gravação.

Acumular tantas funções por si só já é admirável, mas o brilhante resultado final é o que chama mais atenção. Além de músico competente, foi um grande produtor, pois a parte técnica do disco impressiona. É até difícil pra mim crer que esse som foi gravado entre 1975 e 76. Parece que foi gravado, sei lá, ontem! Tamanha é a qualidade técnica do registro.

As guitarras do disco, são o que me chamam mais atenção. Os timbres são incríveis, nos solos, e principalmente nas bases. Não sei quantas camadas de guitarra ele utilizou, mas o resultado é realmente de cair o queixo, um timbre quente e encorpado que estava a frente de seu tempo, inclusive em sua biografia, Michael Sweet(que também é guitarrista, e dos bons) disse que o timbre de guitarra do primeiro disco do Boston o influenciou bastante a sempre perseguir o melhor som de guitarra.

Outro destaque que não pode deixar de ser citado são os vocais de Brad Delp. Era um vocalista bem acima da média, um timbre único e realmente sabia cantar.

As músicas, além de magistralmente executadas, eram de fato muito boas. A banda tocou nesse disco um hard rock com influência de progressivo(como quase tudo de rock que foi gravado em meados dos anos 70), com refrães marcantes.

O Boston, inclusive, é considerada uma das bandas pioneiras do AOR.

Nos anos seguintes o Boston seguiu sua carreira com outros bons discos, se consolidando como uma das mais importantes e influentes bandas nascida nos anos 70, mas o primeiro álbum ainda é a maior referência, um disco que recomendo para qualquer fã de música de qualidade.

Fico pensando como eu pude demorar tanto pra conhecer uma banda clássica e tão boa como é o Boston.





Normalmente quando se fala de conhecer “bandas novas” se pensa em bandas efetivamente novas, mas o “novas” pode ser bandas antigas que a gente simplesmente conhecia só de nome ou nem isso. E eu afirmo que vale muito a pena fazer isso, nunca é tarde para se conhecer um clássico!



Um comentário:

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